quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Com tanta roupa assim...

Resposta ao Jordão:

Com tanta roupa assim
Não é fácil ganhar fama
Se vejo isso por mim
Como um fuzileiro na lama

Mas nesse louco frenesim
Lembra a raça cigana
Pois no mesmo camarim
São quatro na mesma cama

Uma dum lado dá calor
A de cima carrega para baixo
Do outro lado é um estupor
E na outra me encaixo

Usando de tanto material
Podem ser morenas ou louras
É mais que natural
Tens de tirar as ceroulas

E, ainda no último impulso
Tiras as cuecas também
Pois não está muito em uso
Pedir a ajuda de alguém

Não é a barraca que abana
Do trabalho lá dentro feito
Mas o vento da montanha
Naquele seu usual trejeito

Com um inverno a rigor
E o pénis como uma rodilha
Será difícil encontrar o dispor
Com o testículo na virilha

Se agasalhar é preciso
Até servindo-se do capote
E ter de facto algum juízo
Ou, pelo menos mais sorte

O tempo não volta para trás
Como canta o Mourão
São brincadeiras desse rapaz
Que se chama Jordão!

2 comentários:

  1. Sinceramente Gostei.
    Aproveito o Comboio para a Estação do Catur publicada pelo Tintinaine, para te pedir quando possivel despachares os Versos que te pedi sobre a tragédia do Rio Zambeze.Um dia destes certamente o comboio os trarão.
    Continuem tu e o Jordão percebem da coisa.
    Têm uma forte veia poética. A gente agradece.

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  2. Meu grande amigo Valdemar
    Eu não estou esquecido
    O dia há-de chegar
    Para atender teu pedido

    Tenho muitas coisas a fazer
    Nem parece que sou reformado
    Não foi por me esquecer
    Mas isto leva o seu bocado

    Há que pensar e discernir
    Dar-lhe uns toques a preceito
    Esperar pela musa e sentir
    Qual será a altura do jeito

    Não há tanta pressa assim?
    Eu tenho isso na minha ideia
    Ser poeta não depende só de mim
    Mas de possuir a tal veia...

    Vou juntar todas as pontas
    De todos os fios até ao novelo
    E quando estiverem prontas
    Serás o segundo a sabê-lo

    Poderias ser tu o primeiro
    Mas se sou eu que as escrevo
    Ofender o Valdemar Marinheiro
    São coisas que não me atrevo

    Como bons filhos da Escola
    Levando lanche ou merenda
    Bons preceitos dentro da sacola
    Para que a gente se entenda

    Cheios de uma grande amizade
    Não podemos fugir a tal
    Num abraço com sinceridade
    Havemos de apertar o cabedal...

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