segunda-feira, 31 de maio de 2010

Oração a Santo António!


Ó meu rico Santo António
Meu santinho Milagreiro
Vê se levas o Zé Sócrates
P'ra junto do Sá Carneiro.

Se puderes faz um esforço
Porque o caminho é penoso
Aproveita a viagem
E leva o Durão Barroso.

Para que tudo corra bem
E porque a viagem entristece
Faz uma limpeza geral
E leva também o PS.

Para que não fiquem a rir-se
Os senhores do PSD
Mete-os no mesmo carro
Juntamente com os do PCP.

Porque a viagem é cara
E é preciso cultivar as hortas
Para rentabilizar o percurso
Não deixes cá o Paulo Portas.

Para ficar tudo limpo
E purificar bem a cousa
Arranja um cantinho
E leva o Jerónimo de Sousa.

Como estamos em democracia
Embora não pareça às vezes
Aproveita o transporte
E leva também o Menezes.

Se puderes faz esse jeito
Em Maio, mês da maçã
A temperatura está a preceito
Não te esqueças do Louçã.

Todos eles são matreiros
E vivem à base de golpes
Faz lá mais um favorzinho
E leva o Santana Lopes.

Isto chegou a tal ponto
E vão as coisas tão mal
Que só varrendo esta gente
Se salvará Portugal.

domingo, 30 de maio de 2010

Coisas do... PEC !

Surge Janeiro frio e pardacento, 
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação!!!

*JOSÉ RÉGIO* Soneto escrito em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.
*Tão actual em 1969, como hoje... *
*E depois ainda dizem que a tradição não é o que era!!!*

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Twenty Days in the United States of America

Regressei dos Estados Unidos
Duma pequena estadia
Quase perdia os sentidos
De tanta coisa que ouvia

Porque neste ano de graça
Dos meus anos 69
Voltei a encontrar chalaça
Num país ainda mais pobre...

No governo, um diz:
Logo, provoca desconforto
Enquanto, outro desdiz
Isto anda tudo torto

Assim, fazem da gente ralé
Eles, são nobres talentos
Só afinam o lamiré
Nos impostos, dando aumentos

Nem com a visita do Papa
Amainou esta política
A Nação está mais fraca
Ficando sempre raquítica

Diz o Presidente da República:
O Papa trouxe esperança!
Mas continua a balbúrdia
No paraíso da ganância...

Parece que estava à espera
Para promulgar a lei
Mas abriu uma cratera
De que tamanho, não sei?!

Num Portugal cristão?
Da Europa oriundo
Este é mais um senão
De golpe enorme e profundo

Das finanças, manda o ministro
Alegrias conforme os gostos
Ora, tomai lá disto:
E, aumenta os impostos

O 1º Ministro já fala espanhol
Mais um diploma, mais uma medalha
Economia em passos de caracol
Vai-nos enfiando a mortalha

E, na língua castelhana
Foi aprendendo o salmo
Tem lá um da sua igualha
Para parceiro de tango

Para dançar a Sevilhana
Até dobrando o joelho
Meteu na mesma fanfarra
O noviço Passos Coelho

Já cá canta Manuel Alegre
Ditosa Pátria que tais filhos tem!
Por este andar teremos em breve
Mais um cobarde em Belém...

Meus caros Amigos, quereis
Que vos diga algo mais?
Este Portugal que foi de Reis
Está entregue aos Pardais...

A Musa desinspirada!

Em Abril, águas mil
Há um ditado que diz
E mil versos em Abril
Que me fizeram feliz

Em Maio, pelo contrário
Foi uma seca danada
Foi por falta de salário
Ou inspiração acabada?

Ah, lembrei-me agora
O poeta meteu férias
Tirou bilhete, foi embora
Nós sem ele é só lérias!

domingo, 2 de maio de 2010

Porto - Benfica (Amor e Perdição)

Nem sempre um campeão
Joga de forma a merecer jus
Neste bater de coração
Só podem festejar na Luz

A águia voou rasteira
Iam-lhe partindo a asa
Talvez fosse asneira
Festejar fora de casa

Sujeitos a contra-tempos
Ficam mais seguros na catedral
Acautelados do ciclone de ventos
Correram com eles para a Capital..

Comentando: "O Poder, a Ambição e o Egoismo!"

Devagar neste jogo do taco
De política ao desbarato
Eles vão enchendo o papo
E ainda atafulham o saco

No meio desta confusão
De eleições pelo meio
É difícil a eleição
De qualquer cão rafeiro

Porque, metendo-se na alhada
Da matilha de cães "grossos"
Ficam de juba toda ferrada
Nem sequer chegam aos ossos

Quem não tem cão, caça com gato
Quem não tem gato, fica sem caça
Quem duvidar de tal facto
De caça, muita fome passa

Esta política de trambolhões
Que nos merece pouco respeito
Já são mais os aldrabões
Que nada têm feito

Termino quase como comecei
Mas eu também sou gente
Candidatar-me não irei
Era mais um fraco presidente...