Olhem o que eu encontrei no «Recanto das Letras», um site brasileiro dedicado à poesia e não só. Achei alguma piada ao modo como é descrita a "sextilha" e resolvi copiar. Era um lenga-lenga bastante comprida e apaguei a parte que não achei tão importante para se perceber o que eu queria.
Ressalto, de antemão
Quadra foi utilizada
Estrofe de quatro versos
Hoje é pouco propagada
A de cinco, a quintilha
Está quase abandonada
*
A sextilha aqui citada
É usada largamente
Por diversos escritores
De nossa amada vertente
É estrofe de seis versos
É fácil, amigo tente
*
O que se vê comumente
No tocante ao seu esquema
É usar uma só rima
Que não tem qualquer problema
Basta ter inspiração
E escolher bem o tema
*
No seu mais simples sistema
Dessa forma é feito o texto:
Só rimam os versos pares
O segundo, quarto e sexto
Os demais ficam sem rima
Pra errar não tem pretexto
*
As rimas são colocadas
Todas no lugar devido
Sonoras, sintonizadas
Fazem bem pro nosso ouvido
As palmas são variadas
O poeta é sempre lido
*
Outro esquema permitido
É chamado de "corrido"
Eita, que mudei de novo!
Foi somente pra mostrar
Como se pode criar
Uma estrofe dessas, povo!
Vou ver se me habituo a usar este sistema e usá-lo no futuro. Fui sempre um maluco das quadras, de quintilhas nunca ouvi e conheço as sextilhas de um amigo meu que não escreve poesia de outra maneira e tem uma imensa vaidade naquilo. Costumo ouvi-lo a "debitar" aquilo que escreve e soa-me a música de rancho folclórico.
Nos primeiros 6 meses de Marinha, passados na Escola de Fuzileiros, eu tinha um caderninho, em que ia acrescentando quadras, quando me vinha a inspiração. Assim coisas deste género:
Miúda dos olhos castanhos
Por quem me apaixonei
Deste-me desgostos tamanhos
Que contigo nunca casarei.
Já era conhecido como o "poeta da recruta" e o caderninho circulava de mão em mão para todos admirarem a minha "arte". Tinha centenas de quadras e algumas boas, segundo eles diziam. No último empréstimo desencaminhou-se e nunca mais o vi. E nunca mais senti vontade de fazer quadras.