sábado, 25 de novembro de 2017

Lenga-lenga !

Trinta dias tem Novembro
Abril, Junho e Setembro
De vinte e oito só há um
E os mais de trinta e um
E eu por vos lembrar isso
Bem mereço um chouriço !

A seguir a Novembro
Temos o Dezembro
Que é o mês de Natal
E do tempo invernal
Do frio, da chuva e da neve
E pagar a quem se deve

Com o décimo terceiro mês
Gastá-lo todo de uma vez
Sem esquecer o bacalhau
O leite, a canela e o cacau
Para fazer as rabanadas
Que por mim são adoradas !

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ora cá estou eu de novo !

Deste espaço tenho andado fugido
Eu que vos prometi sextilhas
Os navegadores portugueses
No mar descobriram tantas ilhas
Os filhos mamaram na mãe
Tal e qual como as filhas

Rimar nem é muito difícil
O que falta é inspiração
Para o poeta escrever algo
Que lhe venha do coração
E deixar quem o vier a ler
Pleno de satisfação

É assim que eu me sinto
Por escrever o que escrevo
Sei que são simples palavras
E envergonhar-me não devo
Para vós caros amigos
Aqui ficam, cheias de enlevo !

terça-feira, 21 de novembro de 2017

XAXAXA - Como rimam as sextilhas !

Olhem o que eu encontrei no «Recanto das Letras», um site brasileiro dedicado à poesia e não só. Achei alguma piada ao modo como é descrita a "sextilha" e resolvi copiar. Era um lenga-lenga bastante comprida e apaguei a parte que não achei tão importante para se perceber o que eu queria.

Ressalto, de antemão
Quadra foi utilizada
Estrofe de quatro versos
Hoje é pouco propagada
A de cinco, a quintilha
Está quase abandonada
*
A sextilha aqui citada
É usada largamente
Por diversos escritores
De nossa amada vertente
É estrofe de seis versos
É fácil, amigo tente
*
O que se vê comumente
No tocante ao seu esquema
É usar uma só rima
Que não tem qualquer problema
Basta ter inspiração
E escolher bem o tema
*
No seu mais simples sistema
Dessa forma é feito o texto:
Só rimam os versos pares
O segundo, quarto e sexto
Os demais ficam sem rima
Pra errar não tem pretexto
*
As rimas são colocadas
Todas no lugar devido
Sonoras, sintonizadas
Fazem bem pro nosso ouvido
As palmas são variadas
O poeta é sempre lido
*
Outro esquema permitido
É chamado de "corrido"
Eita, que mudei de novo!
Foi somente pra mostrar
Como se pode criar
Uma estrofe dessas, povo!

Vou ver se me habituo a usar este sistema e usá-lo no futuro. Fui sempre um maluco das quadras, de quintilhas nunca ouvi e conheço as sextilhas de um amigo meu que não escreve poesia de outra maneira e tem uma imensa vaidade naquilo. Costumo ouvi-lo a "debitar" aquilo que escreve e soa-me a música de rancho folclórico.
Nos primeiros 6 meses de Marinha, passados na Escola de Fuzileiros, eu tinha um caderninho, em que ia acrescentando quadras, quando me vinha a inspiração. Assim coisas deste género:

Miúda dos olhos castanhos
Por quem me apaixonei
Deste-me desgostos tamanhos
Que contigo nunca casarei.

Já era conhecido como o "poeta da recruta" e o caderninho circulava de mão em mão para todos admirarem a minha "arte". Tinha centenas de quadras e algumas boas, segundo eles diziam. No último empréstimo desencaminhou-se e nunca mais o vi. E nunca mais senti vontade de fazer quadras.

domingo, 19 de novembro de 2017

Mais morto que vivo !

Para ter garantida a entrada no céu
Ao moribundo dá-se a extrema-unção
A mim um bom remédio ninguém deu
Para eu me ver livre desta constipação.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Triste e abandonado !

Tristes notícias vos venho trazer
A vizinha do 40 foi-se embora
Esqueceu-se de pagar o aluguer
A senhoria correu-a porta fora

Quem ficou a perder fui eu
Fiquei a viver num inferno
Quando o que queria era o céu
Mais frio vou sentir neste inverno

O que há-de aquecer meu coração
Sem aquela rica brasa da vizinha
Partiu sem me dar a sua direcção
Ai, ai, que triste sorte a minha

Dizei-me vós o que hei-de fazer
Para esta grande falta suprir
Onde posso encontrar o prazer
Que me faça de novo sorrir !



quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A vizinha do 40 !

Amo o sol e adoro a lua
Não há sorte como a minha
Salto da cama , vou para a rua
Sonhar com a minha vizinha.

Vizinha boa com'ó milho
Não há outra como ela
Quisera eu fazer-lhe um filho
Mas só a vejo à janela.

Raramente ela sai à rua
Para a poder admirar
Rogo ao sol, peço á lua
Se me podem ajudar.

Ou levem-na para bem longe
E a mim deixem dormir
Senão vou para monge
Para deste feitiço fugir.


quinta-feira, 9 de novembro de 2017

É já no sábado !

Está a chegar o S. Martinho
O santo das castanhas e vinho
Ou então do vinho e castanhas
Há mulheres muito famosas
Que se diz terem muitas manhas
Tantas como as de sete raposas.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Nem sinal de chuva !

Tenho uma nuvem negra sobre a minha cabeça
Carrega dentro dela água que bem falta nos faz
Mas não a deixa cair mesmo que eu lhe peça
E assim continua a seca que a ninguém satisfaz

Já nem sei por onde anda o meu guarda-chuva
Há tanto tempo esquecido, longe da minha vista
Desgraça a minha, recorro de novo ao sumo da uva
Não encontro outra rima que me abaixe a crista

Que raio estou a escrever, que poesia marada
Se calhar, é melhor para todos eu ficar por aqui
Afinal, uma quadra a mais ou uma quadra falhada
A ninguém fará falta e eu também nada perdi !

domingo, 5 de novembro de 2017

Poesia domingueira !

Hoje é domingo e brilha o sol
Faltou a chuva prometida
Vou sair,  afogar-me no tintol
Elixir mágico da minha vida

Lá longe, em Terras do Dão
Há um vinho bem famoso
Lá vive também um amigão
Que dá pelo nome de Veloso

Ai, que pouca sorte a minha
Bem quisera eu para lá partir
Não mo permite a mulherzinha
Ela decide para onde posso ir

Com ela reparto a minha vida
Há muita coisa pior que esta
Há dias de felicidade tremida
Outros foram de grande festa

Paro aqui e arrumo a pena
Não me apetece mais dizer
Sei bem quando sair de cena
Antes que m'o mandem fazer!


quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Minho rima com vinho !

No Minho, minha terra natal, chama-se "lata" a uma ramada de videiras. Num bom ano de vinho é um regalo olhar para os cachos de uvas pendurados nas latas. Eis um pequeno poema que se diz a respeito:

Bendito vinho
Das nossas latas
Que a uns fazes cair de cu
E a outros andar de gatas!

A chuva e o vinho !

Bendita sejas tu, ó chuva
Que tudo molhas e tudo regas
Bendito também o sumo da uva
Que me faz andar às cegas

A chuva cai do céu em finas gotas
O vinho sai das uvas pisadas no lagar
O homem só pensa em garotas
E naquilo que elas lhe podem dar

Cai a chuva engrossa o rio
Lá vai a água rumo ao mar
O bêbado está com um pifão
Já não se consegue equilibrar

E eu já não sei o que digo
O mote não sei onde ficou
Foi-se a rima que persigo
E assim a poesia terminou!