terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Chico das gravatas...

Todo aquele que é rico
Cheio de roupas fartas
Mas ao pobre Chico
Só lhe davam gravatas
Eram velhas, de nó coçado
Quase rotas, sem brilho
Sem valerem um cruzado
Do uso que terão tido
Dadas como esmola
Coisa que pouco aquece
Colocadas na suja gola
Deste parolo campestre
Coitado, não era nobre
Mas afinal quem diria
Que este desgraçado e pobre
Tinha uma gravata para cada dia
Uma gravata à segunda
Para terça outra tinha
À quarta, cor de penumbra
Na quinta outra vinha
A de sexta era creme
No sábado usava lilás
Ao domingo pegava na beije
Este macambúzio rapaz
Nem as gravatas com fartura
Melhoravam o uniforme
Na garganta uma secura
No estômago uma grande fome
A roupa não é tudo
Mas embeleza o corpo
Sem ter nada de pançudo
Vivia como um porco
Caminhava para cascudo
Na lei do menor esforço
Pouco valendo o orgulho
Do belo laço no pescoço
Há muitas gravatas em sortido
Gargantas há muitas mais
O pior é ter nascido
Onde não somos todos iguais…

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Bocage e as Lésbicas!




Meninas que sois tão boas,
porque estais a fazer isso?
Porque comeis pão com pão,
se é tão bom pão com chouriço?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Quadras populares e brejeiras!




Esta noite eu sonhei

Com a minha prima Teresa

De manhã quando acordei

Ainda tinha a ... vela acesa!

O que me faz subir a te(n)são!


Coisinha linda
deixa cair o véu
mostra-me o céu
que não vi ainda.

Peito tão belo
faz-me sonhar
deixa-me amar
quero senti-lo.

Curvas tão belas
nádegas redondas
Ai ternas ondas
me perco nelas.

O coração acelera
o corpo transpira
a cabeça gira
solta-se a fera

Etérea imagem
mulher virtual
boneca irreal
minha miragem.

Ai c'um caneco
minha pouca sorte
já fiquei sem norte
e a engolir em seco!

domingo, 16 de outubro de 2011

(Tintinaine) Falando de bosta...

Aí está, sem grandes rodeios…
Porque da mesma forma vivi,
Como escasseavam os meios
Também, na terra onde nasci…
Se os tempos são de rasca
Comparados com os de outrora
Há uma diferença sem farsa
Com o sistema de agora…
E, sem evasivas ou utopias
O nosso amigo, aqui mostra
O que era viver nossos dias
Rodeados da conspurcada bosta…
Mas havia outros, afoitos sem medo
Que iludidos, procurando a fama
Se perdiam na vida, no enredo
Acabando atulhados em lama…
Na ilusão de qualquer mancebo
Que depois, se frustrava na cama
Chorando a triste amargura
Que lhe restringia a chama
Duma quimera aventura…
E, soçobrando em pérfidos deslizes
Quase os levando à loucura
Tentavam recuperar os dias felizes
No retorno à terra que se gosta
Da sua aldeia, qual doçura
Trocar os tempos da bosta
Pelas lacunas da amargura…

sábado, 15 de outubro de 2011

Saltitão e mentiroso!

Hoje sinto-me inspirado
Para rimar em tom jocoso
E divertir-me um bocado
A criticar um mentiroso

Mandámos o Sócrates à vida
Pusemos outro no seu lugar
Não tarda estará de partida
Pois já começou a aldrabar

Do que o país não precisa
É de gente de pouca tola
Que nos leva até a camisa
E nos deixa a pedir esmola

Desta leva-nos o 13º mês
O que levará de seguida?
Olha-me que este maltês
Está a pedir uma corrida

Corram com ele já
Antes que faça mais mal
Nós não o queremos cá
Neste nosso Portugal

Vai Coelho vai
Queremos que vás embora
Vai aos saltinhos vai
Pula daqui para fora!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Humor com Buracos...

Esta vida é um buraco! 
Aos mais sensíveis as minhas desculpas,
Mas esta vida é mesmo um buraco. 
Que sina...
Esta vida é um buraco!

Um gajo nasce por um buraco!
Come por um buraco!
Fala por um buraco! 
Mija por um buraco! 
Caga por um buraco! 
Respira por um buraco! 
Ouve através dum buraco! 
Faz amor num buraco! 
E, como se isso não bastasse, morre e é metido num buraco! 
Que se lixem lá os buracos! Isto é demais...

A ilha da Madeira mudou o nome: agora é a Ilha do Buraco!
Portugal é também um grande buraco!
São buracos nos bancos; Buracos nas empresas;
Buracos nos hospitais; Buracos no governo e buracos no inferno!
Não há buracos no céu! Porque o São Pedro no seu dever,
Mandou compor o telhado, para não estar sempre a chover...
Caso contrário, haveria fugas de santos; 
Cairiam nos buracos da terra, porque são tantos;
Até mesmo na Igreja, existem buracos sem que a gente veja;
Há buracos na sacristia; No baptistério ao lado da pia,
Onde podemos cair mesmo durante o dia;
Há buracos nas confissões, onde os aldrabões,
Criam buracos ao padre, se calhar, o que não era de admirar
Porque também há buracos em Vilar!
Assim aparecem buracos em tudo quanto é lugar! 
Buracos à esquerda; Buracos à direita;
Buracos ao centro; Buracos de bloco;
Buracos diversos e sem estofo;
Buracos virados para baixo e outros virados para cima;
Buracos inclinados; Buracos torcidos;
Buracos de boca grande ou pequena;
Buracos de rombos nos cascos;
Buracos nas garrafas e nos frascos;
Buracos nas agulhas; Buracos nas chaminés;
Buracos nos bombeiros; Nas fanfarras e oboés;
Mais buracos nas forças armadas, com a entrada de saias;
Buracos aos milhares; Buracos com furos no meio;
Buracos no bidé e no chuveiro;
Buracos na sanita, onde até a merda se agita,
Perguntando aflita, porque há tantos buracos?
E toda a gente grita... Buracos sem tom nem fim;
Buracos, buracos, buracos no Jardim!
São calças novas com buracos; São cuecas com buracos;
Soutiens com buracos; São buracos a mais!
A gente não tem para onde fugir. Está tudo esburacado…
Ao mais pequeno descuido, caímos nalgum buraco…

PS – Por falar em buracos, lembro-te que nunca, 
mas mesmo nunca, vires o cu para um chinês, 
porque eles abrem uma loja em qualquer buraco! 

Para falar com franqueza
E com acertado juízo
eu tenho a firme certeza
Que neste paraíso 
Sobre o total de buracos
Seria de todo preciso 
Para mostrar números exactos
Que houvesse mais siso
Nesta república de macacos...
ATVerde

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Nossa Senhora do Vencimento!


Por mero acaso, deambulando pelo nosso país, passei nesta pequena localidade entre o Pinhão e S. João da Pesqueira, no Alto Douro Vinhateiro. Com a crise reinante que nos cerca por todos os lados, (pensando sempre no vencimento que é alma do pobre) acredito que, muito em breve, este será um local de grandes peregrinações...
À cautela, fotografei e registei o local. Nunca se sabe o dia de amanhã! (Aceitam-se inscrições para viagens de autocarro e comboio).

Quando o mês acaba
Ou vai indo para o fim
Vou andando na crava
Ou então, coitado de mim…
É assim todo o ano
Mas com o subsídio de férias
É roupa de outro pano
Já digo mais umas lérias
Ou será puro engano?
Com o décimo quarto mês
Porque ao cortar-lhe um bocado
Volto ao ponto da gaguês
Contudo, vou sentindo algo
No meu íntimo, cá dentro
Torno-me num fidalgo
Com o nobre pensamento
Correndo como um galgo
P´ra Senhora do Vencimento…
Tenho fé um pouco falsa
Quando vejo o meu recibo
Meto-o no bolso da calça
Deixo de ser mendigo…
E, neste vai e vem
Ao longo da minha vida
Vai havendo também
Porta de entrada e de saída…
Esperando sempre o milagre
Da Nossa Ilustre Senhora
Que nos livra do fel e vinagre
Com sua mão Protectora…
Esperançado, fico esperando
Novo vencimento, sem demora
À Senhora vou lembrando
Que me salve a toda a hora…
Há quem diga, com espanto
Para que servem as Capelas?
Que surgem lá no alto
E nós, socorremos-nos delas…
Ora digam qual o argumento
Para tais afirmações?
Se a Senhora do Vencimento
Nos acode nas aflições…
Provendo para o nosso contento
Equilíbrio das imperfeições
Mesmo que o governo
Nos vá subtraindo os tostões…
Feliz daquele que acreditará
Isto até vale uma aposta!
Pois, só ela nos salvará
Da hipotética bancarrota…

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fora com o sinal de Stop!

Se o Verde quer continuar a rimar
E fazer este Blog chegar ao "Top"
Quem sou eu para o mandar parar
Com o meu pobre sinal de "Stop"

O mundo do sexo sem nexo...

Neste mundo de sexo
De mente, pouco intelectual
Há muita gente sem nexo
E, com falta de moral…
Muito carecida de ética
Sem o mínimo preconceito
Formando uma seita alérgica
Ao fundamento do respeito
Onde entra também a lésbica
Com seu ideal imperfeito…
As ofensas são enormes
Aos dois sexos em geral
E julgam-nos conformes
A ambos por igual…
Cada sexo sua função
Na magia da natureza
Onde a falta de compreensão
Lhe tiram a própria beleza…
Cuja finalidade é a criação
De um digno ser humano
Mas, deturpa-se a imaginação
E altera-se o real plano…
Omite-se o sexo normal
Contrariando a consciência
Pratica-se o sexo oral
Com laivos de demência…
Envereda-se pelo sexo anal
Como prova de opulência
Onde o homossexual
Pede benévola clemência
E, tudo acaba, afinal
Com os méritos da inteligência…
Fazem da vagina um iogurte
Do pénis um chupa-chupa
Do ânus um Resort
Dessas orgias – kamasutra…
Lambem o iogurte com energia
Com a língua no invólucro
Por tudo quanto é estria
Tornando-o quase inócuo…
No chupa-chupa em alto grau
Como se fosse um gelado
Ficam lambendo o pau
Depois de ter acabado…
Do ânus, qual latrina
Da náusea das fezes ou merda
Voltam depois à vagina
Para recuperarem a perda…
E, em orgias constantes
Onde entra o homossexual
Não é nada como dantes
Neste mundo animal…
Porque é difícil ser santo
Com tantos falsos amores
Duma natureza virtual
Com lésbicas e Castelo-Branco
Havendo muitos ou piores
No mundo e em Portugal…

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Desabafo à meia-noite!

Raios vos partam, oh camabada
Que não fazeis poesia nem mais nada
Andais com os horários trocados
Ou desta vida andais já cansados?

Vamos, dizei uma coisa qualquer
Falai do homem ou da mulher
Que usa mini-saia e se agacha
E por pouco mostra a "pachacha"!

Falai de política ou futebol
Se falta a tusa ela fica mole
Mas nisto a vontade perdura
E espera-se que fique dura!

O importante é a Educação
Não importa que falte o tesão
Vem aí um ministro que fala sério
Para tomar conta do Ministério!

Escrever versos, fazê-los rimar
Tanto a sério como a brincar
Sou mesmo bom a fazer poesia
E isto até rima ... com a c... da tia!

terça-feira, 21 de junho de 2011

A Donzela Ansiosa!

Arreitada donzella em fofo leito,
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras subtis pachacho estreito

De louro pello um circulo imperfeito
Os pappudos beicinhos lhe matiza
E a branca crica, nacarada e lisa
Em pingos verte alvo licor desfeito

A voraz porra as guelras encrespando
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrados

Como é inda boçal, perde os sentidos
Porem vae com tal ansia trabalhando
Que os homens é que veem a ser fodidos.
Poemas do Bocage
Não há Verde, não há poesia, não há nada
Só uma mulher prendada sabe fazer renda
E para a fazer bem feita requer mãos de fada
Eu, nem uma nem outra, fico-me pela merenda!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Existe um lugar escondido...

Para deliciar aqueles que vão participar no 
Convívio das Companhias Nº 2 & Nº 8 de Fuzileiros,
 no leitão da Mealhada
-----------------------
Direito ou torto
Estreito, gordo ou cabeçudo
Até mesmo canhoto
Careca ou peludo
O homem não é de todo
Aquele que pode ser tudo…
Mesmo esfomeado
Por ventura, barrigudo
Sendo desgraçado
Ou então, pançudo
Num país enguiçado
Torna-se caso bicudo
Onde qualquer anafado
Sendo narigudo
Neste mundo desalmado
Não passa dum ser nulo…
Que no meu jeito de profeta
Ou se calhar de burro
Teria a mão mais certa
Para provocar um esturro…
Oh…homem que pouco vales
Ocioso e casmurro
Vives no, não te rales
Na ciência do sabe-tudo…
Mas, esgotando o sentido
Levanta a cabeça do breu
Existe um lugar escondido
Para ti, no Inferno ou no Céu…

terça-feira, 3 de maio de 2011

A xoxota!


* Sete bons homens de fino saber *
* Criaram a xoxota, como pode se ver: *
* Chegando na frente, veio um açougueiro. *
* Com faca afiada deu talho certeiro *
* Um bom marceneiro, com dedicação. *
* Fez furo no centro com malho e formão *
* Em terceiro o alfaiate, capaz e moderno. *
* Forrou com veludo o lado interno *
* Um bom caçador, chegando na hora. *
* Forrou com raposa, a parte de fora. *
* Em quinto chegou, sagaz pescador. *
* Esfregando um peixe, deu-lhe o odor.. *
* Em sexto, o bom padre da igreja daqui. *
* Benzeu-a dizendo: 'É só pra xixi!'. *
* Por fim o marujo, zarolho e perneta. *
* Chupou-a, fodeu-a e chamou-a... *
* Buceta! *

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Começo a ter vergonha...

Começo a ter vergonha
De pertencer ao país
Com doença, peçonha
Conserva a febre na raiz

Como posso mais amar
O berço onde nasci?
Com tanta gente a gamar
Como isto nunca vi...

Políticos, erguem o punho
Outros símbolos, a seta;
Assim, chegaram ao cúmulo
Fazem da gente pateta

Falam, riem, estes fenómenos
Da política desabrida;
Onde estão os barómetros
Promessa, da melhoria de vida?

Gastam balúrdios em festanças:
O patego, disso abdica!
São piores que crianças
Filhos de gente rica
Assim, puseram as finanças
À porta da botica
Cujo remédio, esperanças
Da bancarrota aflita;
Destes energúmenos sem igual
O povo brada e grita
Ladrões, matastes Portugal...


domingo, 24 de abril de 2011

A Nova Ponte sobre o Rio Douro...


Ó ponte, donde melhor
Se pode avistar a água;
Quantos olhos, com ardor
Choram tanta mágoa...
Daqueles que pereceram
No leito do teu rio
E, tantos corações sofreram
A perda de um amigo...
Mas tu, querida ponte
És mais um bom atalho
Para os que buscam a fonte
Do sustento, do trabalho...
E, seguindo o teu rumo
Aguentando passos seguros
Orgulhosa e com aprumo
De jovens e velhos maduros
Observas com astúcia
Anotas na tua memória
Tantos soluços, tanta angústia
Que formam a tua história...
No cais ou no ancoradouro
No teu berço submerso e mortal
Que este eterno rio Douro
Tem algo de bom e algo de mal
Sendo da cor do ouro
Correndo sempre veloz
Há procura dum tesouro
Que só encontra na Foz
E, remexendo na areia
Tal como um garoto
Houve cantar a sereia
Na cidade do Porto
Que outrora, foi Capital
Do País que teve o gosto
De chamar-se Portugal...

sábado, 16 de abril de 2011

Isto faz-vos lembrar alguma coisa?

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

José Régio - 1969

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Coincidência (Feliz ou Infeliz): Roberto, guarda-redes/Ministra da Defesa Espanhola!







Como nem só de futebol
Vive o bicho homem
Oh... Roberto espanhol
Os portistas não dormem

Naquela franca gentileza
Desceu Jesus à terra
Parecias a Ministra da defesa
Em tempo de guerra

Cuja arma de fogo
Deixa a descoberto
Como a baliza de jogo
Defendida por Roberto

É escárnio a comparação
Na feliz ou infeliz coincidência
Para defesa duma nação
É preciso mais inteligência

No peito, grande decote
Na defesa: Exército, Aviação e Armada
Para o inimigo que sorte
Não trará cuecas, nem nada

A não ser, meias de ponto de cruz
Ao jeito de fazer fogo
Tente esconder o obus
Pode ser atacada de novo

Ponha de aviso a metralha
Sentinelas em todo o lado
Em cima do olho, uma medalha
Procure ter mais cuidado

Para uma defesa mais cerrada
Use o centro de instrução e pesquisa
Ficará melhor acompanhada
Com o Roberto na outra baliza...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dia 1 de Abril, dia das mentiras...

Acordei a rir, manhã primaveril
Sonhei que tinha ganho
Neste dia 1 de Abril
Com um certo arreganho
O famoso euromilhões
Notei que era uma utopia
E causa de algumas aflições
Porque é costume neste dia
Como já vai longe a fama
Que está sempre na mira
Ou a gente muito se engana;
Lá vem mais uma mentira
Quem seria o espertalhão?
Que levou a cabo tais artes
Pois, teve nessa ocasião
A esperteza de Sócrates
Em tudo quanto vemos
Na história, há sempre um poeta,
Meus amigos, é o que temos
Neste mundo pateta
Onde será difícil, pelo menos
Conseguir chegar à meta
E, pelo que tenho visto
Pela mentira ninguém acerta
Noutro primeiro-ministro
Se, das mentiras ditas
Fossem autênticas verdades
Haveria menos almas aflitas
Na procura de castidades
Fracos são aqueles que mentem
Que utilizam tais assimetrias
Tal como os que consentem
Nunca acabarão o dia das mentiras...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Vinhos: Cabeça de Burro, branco e tinto...












Quando me sentei à mesa
Não fazia a menor ideia
Que ao servir-me com gentileza
Me trouxeram um bela ceia

Comi até não poder mais
Ficou a abarrotar a minha pança
Na linda terra de Vinhais
Muito perto de Bragança

Vinho: tinto ou branco?
De preferência, maduro;
Mas para meu espanto
Desconhecia o Cabeça de Burro!

Existe cada baptismo, invulgar
Que não escapam ao ateu
Depois de comer e pagar
O cabeça de burro, sou eu

Lá que o vinho era bom
E, se dúvidas houvesse
À beira do garrafão
Cada vez, mais apetece

O pior, é segurar o burro
Que só anda aos pinotes!
Mas, se o vinho era maduro
Como causa tais desnortes?

Por fim, pude confirmar
Deve-se beber com calma;
É que o vinho, se calhar
Dá-nos cabo da alma

Saí de canto em esquina
Cada passo, cada tropeço
Soube que , depois da vindima
O "burro" precisa de cabresto

Levado de empurrão, ao colo
Bêbado, meteram-me na cama
Porque esta de beber mais um golo
Não nos livra da fama

Burros de rédea solta
Que formam uma manada
Sentem-se à nossa volta
Cabeças de burro de cara inchada

Para outra vez, evito beber demais
Porque me faz andar a trote
Correndo leiras e quintais
Chegando a casa a galope...

TIC

Geração do à rasca e também do panasca...

Na manifestação do à rasca
Ali junta da Rotunda
Depois daquela borrasca
Ninguém quis a minha bunda

Apesar de ser honesto
Naquela grande confusão
Dar o corpo ao manifesto
Era a minha grande paixão

Mas, como tudo na vida
Nada protege os panascas
Tornou-se numa falsa partida
Esta meta dos arrascas

Procurei por todos os cantos
Esbracejei como um safado
Torci o corpo em relâmpagos
Mas não deu resultado

Não havia militares
A farda desapareceu
Para o azar dos azares
Outros, pescavam como eu...

Esta Lisboa de outrora
De fartura, deu em crise
Procura, parece que agora
Já não há quem precise?

Dos arrascas, caramba
Não colhi nada de sonho
Do Parque Duarte VII, sem desalma
Até ao Conde Redondo

Fui até à Assembleia
O Decreto saiu ali, aprovado
Mas, levar no cú, que ideia
Começa a ficar muito caro

Há muitos com essa veia
Mas é preciso ser deputado
Fora disso, a coisa pouco rabeia
Passa a ser complicado

Onde é que eu ouvi disto?
Repugna-me esse falhanço
Porque, qualquer ministro
Concorda com o balanço

Conclui, que são mais os paneleiros
Que a gente que se diz honesta
Então, sem olhar a terceiros
Entram todos na mesma festa

E, isto não tem fim, nem termo
Cada vez, alastra-se para pior;
Mesmo dentro do governo:
Quem será o homossexual maior?

Vim embora desconsolado
Mas vou manter-me sempre cortez;
Vou lavar o cú e perfumá-lo
Para ter mais sorte  noutra vez...

Estou velho, pouco valho
É fraca a minha carcaça;
Porque, também do meu rabo
Ninguém o quer, nem de graça...

TIC

domingo, 27 de março de 2011

A Tropa Fandanga!

0
Com a crise que galopa 
O dinheiro não abunda 
Mal fica a nossa tropa 
Sem poder tapar a bunda 
02 
Se não há nuvens no céu 
E o frio é comedido 
Deixa-se o corpo ao léu 
E está tudo resolvido 
03 
Pode usar-se o fato-macaco 
Aquele com que nascemos 
Que não custa um pataco 
E assim já pouparemos 
04 
Sem roupa ou nu em pelo 
Os trapos não fazem falta 
E mostrando o corpo belo 
Por certo anima a malta 
05 
Que mais posso dizer 
Nesta triste situação 
Eu pagava para não ver 
Assim a minha Nação 
06 
Miséria que traz alegria 
Com tanta chicha à vista 
E a mim mui feliz me faria 
Passar esta tropa em revista 
07 
Corpo quente, corpo que sua 
Mas eu só sinto calafrios 
Ao ver tanta carne nua 
Fico cheio de arrepios 
08 
Capacetes devem usar 
Para as cabeças proteger 
E do corpinho bem tratar 
Antes de adormecer 
09 
Corpos sadios, livres e belos 
E eu aqui pronto p’ra luta 
Pele macia, ricos marmelos 
Fico louco com tanta fruta 
10 
Com boné ou em cabelo 
Elas são sempre as maiores 
Vestidas ou nuas em pelo 
Fazem-nos subir os calores 
11 
O país está de tanga 
É a crise internacional 
Viva a tropa fandanga 
Do Exército de Portugal!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia!

Coisa muito especial se celebra neste dia
E por tal razão não poderia ficar calado
Refiro-me ao «Dia Mundial da Poesia»
Que deve também por vós ser celebrado!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

sábado, 22 de janeiro de 2011

À moda de Camões!

I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas...
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano...
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"Poema do tempo de Salazar"...

Aproveitando este belo e satírico poema enviado por um amigo militar, não resisti à tentação de o publicar para vossos futuros comentários...
Conta-se que este poema foi dirigido ao Ministro da Agricultura do governo de Salazar, como forma de pedir adubos. Por mais estranho que pareça, o senhor que o escreveu não foi preso e Salazar até se fartou de rir (??!!!) quando o leu:

- E X P O S I Ç Ã O -

Porque julgamos digna de registo
a nossa exposição, senhor Ministro,
erguemos até vós, humildemente,
uma toada uníssona e plangente
em que evitámos o menor deslize
e em que damos razão da nossa crise.

Senhor: Em vão, esta província inteira,
desmoita, lavra, atalha a sementeira,
suando até à fralda da camisa.
Falta a matéria orgânica precisa
na terra, que é delgada e sempre fraca!
- A matéria, em questão, chama-se caca.

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Se os membros desse ilustre ministério
querem tomar o nosso caso a sério,
se é nobre o sentimento que os anima,
mandem cagar-nos toda a gente em cima
dos maninhos torrões de cada herdade.
E mijem-nos, também, por caridade!

O senhor Oliveira Salazar
quando tiver vontade de cagar
venha até nós solícito, calado,
busque um terreno que estiver lavrado,
deite as calças abaixo com sossego,
ajeite o cú bem apontado ao rego,
e... como Presidente do Conselho,
queira espremer-se até ficar vermelho!

A Nação confiou-lhe os seus destinos?...
Então, comprima, aperte os intestinos;
se lhe escapar um traque, não se importe,
... quem sabe se o cheirá-lo nos dá sorte?
Quantos porão as suas esperanças
n'um traque do Ministro das Finanças?...
E quem vier aflito, sem recursos,
Já não distingue os traques dos discursos.

Não precisa falar! Tenha a certeza
que a nossa maior fonte de riqueza,
desde as grandes herdades às courelas,
provém da merda que juntarmos n'elas.

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Adubos de potassa?... Cal?... Azote?...
Tragam-nos merda pura, do bispote!
E todos os penicos portugueses
durante, pelo menos uns seis meses,
sobre o montado, sobre a terra campa,
continuamente nos despejem trampa!

Terras alentejanas, terras nuas;
desespero de arados e charruas,
quem as compra ou arrenda ou quem as herda
sente a paixão nostálgica da merda...

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Ah!... Merda grossa e fina! Merda boa
das inúteis retretes de Lisboa!...
Como é triste saber que todos vós
Andais cagando sem pensar em nós!

Se querem fomentar a agricultura
mandem vir muita gente com soltura.
Nós daremos o trigo em larga escala,
pois até nos faz conta a merda rala.

Venham todas as merdas à vontade,
não faremos questão da qualidade.
Formas normais ou formas esquisitas!
E, desde o cagalhão às caganitas,
desde a pequena poia à grande bosta,
de tudo o que vier, a gente gosta.

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Pela Junta Corporativa dos Sindicatos Reunidos, do Norte, Centro e Sul do Alentejo
Évora, 13 de Fevereiro de 1934
O Presidente
D. Tancredo (O Lavrador) 

(PS: Resta dizer que os Ministros são outros, mas a merda é a mesma ou até que lidamos com falta dela).