Há quanto tempo!

 Por aqui não passava

E nem saudades sentia

Tão pouco da Covid sabia

Nem em tal coisa pensava

Mas agora que ela chegou

E a vida nos fez amargar

Muito claro para nós ficou

Que ela veio para ficar !!!

O cabaço!

A África é uma terra muito bela

Tem sol, tem calor e atá elefante

Mas o que mais eu apreciei nela

Foi ver como o cabaço é importante

*

Não, ninguém o leva de graça

Ele custa um bom dinheiro

Quem o leva tem que pagar

O seu preço por inteiro

*

O pai vende o cabaço da filha

A quem o quiser e puder pagar

Depois de o noivo partir a bilha

Só falta comer, beber e dançar

*

Eu nunca comprei nenhum

O meu dinheiro era pouco

E metia-me num trinta e um

Acham que eu sou louco ?

Pensamentos!

Oh, vida triste, madrasta

Que posso eu querer de ti

Problema é a falta de pasta

Ter, sentir e ver o que nunca vi

*

Muito curta é a vida

Tenho ouvido dizer

Se não dá prazer ser vivida

Mais vale cedo morrer

*

Sendo assim, morrer por morrer

Morra o meu pai que é mais velho

Eu que tenho ainda ganas de viver

Gosto mesmo muito desse conselho

*

Estamos a vinte e oito

E Agosto chega ao fim

Bebe chá, come um biscoito

E não sofras por mim

* 

Bom fim de semana

Sol, calor e uma caipirinha

Vai à Madeira e come banana

Esquece a nossa triste vidinha !!!

Estava distraído!

Já passa da meia-noite, que raio estou aqui a fazer

Na minha rica caminha era onde eu devia estar

Fechar a pestana, dormir, descansar e esquecer

O mal que vai pelo mundo e me está a chatear !

Depois do tempo, tempo vem!

Está prestes a acabar o mês de Julho

Sem surpresa, pois assim costuma ser

Gosto deste tempo digo com orgulho

Depois do verão, vem o frio podem crer

*

Com o frio me encolho na cama

Melhor é se estiver acompanhado

Uma mão lá em baixo, outra na mama

Será por certo um sonho realizado

*

Depois do Julho vem Agosto

Canta a Simone e o Quim Barreiros

Quem faz um filho fá-lo por gosto

Fazem boas panelas os paneleiros

*

Fazer versos a esta hora

Só podia acabar assim

É melhor eu ir-me embora

Antes que sobre para mim

*

Boa noite, durmam bem

E sonhem com coisa boa

Eu vou fazê-lo também

E não o digo à toa !!!

Pentelhos!

Apetece-me fazer um poema sobre a mulher

Há tanto para dizer, nem sei como começar

Lá em baixo, onde está a gruta do prazer

É um bom sítio sobre o qual vos quero falar

*

Por cima tem um monte com nome de planeta

Coberto por uma mata de atractivos pentelhos

Há muitos homens que só pensam no cu-meta

Sobra aos mais novos o que falta aos mais velhos

*

O Monte de Vénus com pêlos é uma beleza

Muitas os rapam todos e estragam tudo

Mas nunca vi fazer isso a mulher chinesa

Ao vê-la nua arregalo os olhos, fico mudo

*

Hoje, está na moda falar de homofobia

Há quem não goste de mulher, pode ser

Para mim, tirando a mãe, a irmã e a tia

Todas são boas e me poderão dar prazer

*

Ora então, arre macho

Que hoje é sexta-feira

É um bom dia, eu acho

Para levar o burro à feira !!!

Vida de pobre!

De olhos abertos, estou acordado

Salto da cama e vou trabalhar

Sei que vou chegar à noite cansado

Tudo bem, aí poderei descansar

*

É assim a vida dum pobre

Ir à luta, ganhar o sustento

Quem não labuta é o nobre

Sem trabalhar tem alimento

*

Nascer num monte de trapos

Ou fazê-lo num berço de ouro

Passar a vida a engolir sapos

Ou ser dono de grande tesouro

*

Comer o pão que o diabo amassou

Diz o povo de quem é pobre

O que é doce nunca amargou

Na boca do pedinte ou do nobre

*

Já são horas, vou trabalhar

Aqui sentado não ganho nada

No fim, espero as notas contar

Sair, beber e gozar a noitada !!!

Hora das lágrimas!

Buá, buá, buá!

Quem se lixou fui eu

O azul foi campeão

E o encarnado perdeu

Ainda morro de paixão

Buá, buá, buá !!!

Queixinhas!

Não posso abrir a boca

Logo oiço, estás-te a queixar

Vai queixar-te ao careca

Só ele te pode ajudar

*

E com essa eu afino

Não sei onde me meter

Deito fumo pelas ventas

Rangem os dentes a valer

*

Se tenho razão não aceito

Que me mandem calar

Pulo que nem um cabrito

E não há meio de acalmar

*

Oh, velho mundo ingrato

Que vida madrasta esta

Já são cinco da tarde

Passou a hora da sesta !

Tempo extra!

Já estamos no dia dois de Julho

Acordei cedo, não tenho que fazer

Já despejei dois baldes de entulho

Ainda sobra tempo para escrever

*

Escrever é sempre coisa boa

Quando se sabe sobre o quê

Não se pode dizer algo à toa

E sem explicar de tal o porquê

*

Nisso eu tenho muito cuidado

Não me estico nem encolho

Se não durmo estou acordado

Não há pestana a fechar o olho

*

Mas nem toda a escrita é poesia

Poesia é uma coisa muito séria

Sonha-se de noite, escreve-se de dia

Sem inspiração só sai miséria

*

E por aqui me fico

Mais não quero dizer

Não mijar fora do penico

E uma boa nota merecer !

Oh, musa minha que me abandonaste!

A inspiração foi-se, não quer nada comigo

Perdida  num sítio que fica abaixo do umbigo

Não consigo trazê-la de volta por mais que tente

Pensamentos esquisitos me ocupam a mente

Não o sei que faça para voltar à realidade

Garanto-vos que isto é a mais pura verdade.

*

Se eu fosse Bocage ou Camões

outra coisa eu poderia escrever

Longe da mente andariam melões

E outra coisa que não posso dizer !!!

Picar o ponto!

Está a chegar ao fim o mês de Maio

Não rima com chouriço, mas com paio

Depois dele começa o mês de Junho

No pomar já há maçãs como um punho

Há quinze dias que aqui não vinha

Não vi ninguém com saudade minha !!!

A inspiração foi-se!

Foste abandonado pela tua musa

Nada tens para escrever em verso

Por onde anda a tua habitual tusa

Que antes abarcava o teu universo

*

Todos sentimos a tua falta

Das tuas rimas alentejanas

Anda daí saudar a malta

Traz contigo belas maganas

*

E por agora é tudo, compadre

Não nos deixes aqui sozinhos

A cada manhã o mundo se abre

Se continuarmos vivinhos

*

Sou bom em Português

Singular de vírus é viru

Azar dele ser chinês

Vai levar um chuto no cu

*

Amigo eu cá te espero

E bué de ansiedade sinto

Festejar contigo eu quero

Com um bom copo de tinto !!!

Vai-te!

Seu bronco, matuto, vai embora

Filho de uma fedorenta matuta

Vai-te, desanda daqui para fora

Seu vírus filho de uma puta !!!

Dia da Mulher!

O dia 8 de Março é somente um dia

E não acho que seja o dia da mulher

E não o afirmo por mera rebeldia

O dia dela é sempre que ela quiser !

Não sou poeta!

Este blog esteve praticamente esquecido, durante os últimos seis meses e isso é a prova provada de que eu não penso em verso e para fazer uma quadra tenho que espremer o cérebro até sair qualquer coisa aceitável. Hoje, li, em alguns blogs que esporadicamente visito, algo sobre um desafio para escolher uma cor e construir um poema sobre ela.

Vou tentar, optando pela cor vermelha que é a do meu sangue, do meu clube de futebol e das rosas mais bonitas que simbolizam a paixão que quando pega forte nos faz perder o tino. Além disso, quero testar a minha habilidade para construir uma sextilha e parti-la ao meio, como se fosse a parte final de um soneto, pois é desse tipo de poesia que mais aprecio e nunca me atrevi a escrever. Assim temos:

Vermelho é a cor da minha paixão

E também das mais belas rosas

Do sangue que me corre nas veias

Que enche de amor o meu coração

Que me leva a escrever belas prosas

E enche a cabeça de outras ideias

As duas quadras com que se inicia o soneto deixo para outra altura, ou para algum comentador inspirado que passe por aqui e o queira completar.

Até breve, meus poetas!

Próspero Ano Novo!

Esqueci-me de aqui deixar

Uma mensagem de Natal

Os amigos me vão perdoar

Não fiz mal a ninguém afinal

*

Para todos os amigos um bom ano

Quero, por isso, agora desejar

Vamos arrastando o corpo humano

Por cá, enquanto Deus nos deixar !