domingo, 30 de maio de 2010

Coisas do... PEC !

Surge Janeiro frio e pardacento, 
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação!!!

*JOSÉ RÉGIO* Soneto escrito em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.
*Tão actual em 1969, como hoje... *
*E depois ainda dizem que a tradição não é o que era!!!*

3 comentários:

  1. Coisas da vida e da Nação,
    De se lhe tirar o chapéu;
    Tiram-nos as poucas migalhas
    Continuam os pobres sem pão
    Quem diria,estes canalhas
    Vou levando do teu e do meu
    Destes pobres farrapos humanos
    Coitados, quase sem roupa
    Ávidos de paz,ultrajados
    Carentes de pão para a boca...

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  2. Esses abutres sordinas
    Míseros tachistas camelões
    Que com outras aves rapinas
    Nos sacam todos os tostões
    II
    Mas o povo trabalhador honesto
    Os braços nunca irá baixar
    Ontem mais de 300 mil em protesto
    Obrigá-los a terem de parar
    III
    Medidas que acabam de públicar,
    Para Portugal a divída pagar,
    Apenas nos tentam enganar
    E só servem para os governar
    E os bancos continuarem a engordar

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  3. Só não descobri o nome do Jesuíta a que se refere o poeta e que se abotoava com os 30 contitos.

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