Graça a miséria no meu país
É isso mesmo que eu sinto
Agora faz como eu fiz
Oh Zé, aperta o cinto
A fome já é demais
Neste triste labirinto
De tantas coisas abismais
Oh Zé, aperta o cinto
Será por obra do diabo
Para beber um copo de tinto
Eu já não tenho chavo
Oh Zé, aperta o cinto
Vou apertar mais um furo
É verdade, não minto
Estou pior que maduro
Oh Zé, aperta o cinto
Do ordenado do Sócrates
O meu não chega a um quinto
Diz que estão felizes os pobres
Oh Zé, aperta o cinto
O ministro das finanças
Só tem moedas de zinco
Ele, mata as nossas esperanças
Oh Zé, aperta o cinto
O senhor primeiro ministro
Jura e promete com afinco
Mas nós temos cá disto
Oh Zé, aperta o cinto
Nesta moda do aperta
Que põe a gente raquítico
O governo não acerta
Oh Zé, aperta o cinto
Já se acabaram os furos
Que já são mais de cinco
Era encher-te a cara de murros
Oh Zé, aperta o cinto
De barriga tão franzina
Da fome, dos furos que finto
Para alguns é uma mina
Oh Zé, aperta o cinto...
Cinto de tristeza afivelada
Cujos furos têm verdete
Tanta criatura enganada
A quem enfiaram o barrete...
Eu canto aquilo que sinto
Eu choro porque não minto
Eu amo quem é faminto
Eu também aperto o cinto...
Este Verde bem Maduro
ResponderEliminarÉ mesmo bom para entornar
É assim mesmo dá-lhe duro
Para essa cambada parar.
II
Não só o Zé que aperta o cinto
Eu também muito já o apertei
Também sou mais um faminto.
E quem me rouba bem eu sei.
III
É verdade Marinheiro/Camarada
São só pulhas e aldrabões
Governados por essa cambada
Que são um bando de Comilões = L.C. etc. e tal