quarta-feira, 21 de julho de 2010

Oh Zé, aperta o cinto!

Graça a miséria no meu país
É isso mesmo que eu sinto
Agora faz como eu fiz
Oh Zé, aperta o cinto

A fome já é demais
Neste triste labirinto
De tantas coisas abismais
Oh Zé, aperta o cinto

Será por obra do diabo
Para beber um copo de tinto
Eu já não tenho chavo
Oh Zé, aperta o cinto

Vou apertar mais um furo
É verdade, não minto
Estou pior que maduro
Oh Zé, aperta o cinto

Do ordenado do Sócrates
O meu não chega a um quinto
Diz que estão felizes os pobres
Oh Zé, aperta o cinto

O ministro das finanças
Só tem moedas de zinco
Ele, mata as nossas esperanças
Oh Zé, aperta o cinto

O senhor primeiro ministro
Jura e promete com afinco
Mas nós temos cá disto
Oh Zé, aperta o cinto

Nesta moda do aperta
Que põe a gente raquítico
O governo não acerta
Oh Zé, aperta o cinto

Já se acabaram os furos
Que já são mais de cinco
Era encher-te a cara de murros
Oh Zé, aperta o cinto

De barriga tão franzina
Da fome, dos furos que finto
Para alguns é uma mina
Oh Zé, aperta o cinto...

Cinto de tristeza afivelada
Cujos furos têm verdete
Tanta criatura enganada
A quem enfiaram o barrete...

Eu canto aquilo que sinto
Eu choro porque não minto
Eu amo quem é faminto
Eu também aperto o cinto...

1 comentário:

  1. Este Verde bem Maduro
    É mesmo bom para entornar
    É assim mesmo dá-lhe duro
    Para essa cambada parar.
    II
    Não só o Zé que aperta o cinto
    Eu também muito já o apertei
    Também sou mais um faminto.
    E quem me rouba bem eu sei.
    III
    É verdade Marinheiro/Camarada
    São só pulhas e aldrabões
    Governados por essa cambada
    Que são um bando de Comilões = L.C. etc. e tal

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