sábado, 23 de janeiro de 2010

O bigode do Almeirim...

Consultando os alfarrábios
Que nos dizem algo antigo
Vou comentar o pêlo nos lábios
Deste nosso caro amigo

Diz o ditado e é verdade
Que isto de usar bigode
Fala sempre quem sabe
Que é só para quem pode

Dantes dava-nos certa graça
Censurar homens com madeixa
Ou duma moça com bigodaça
Com forte pêlo na beiça

Quanto ao amigo Almeirim
Seu bigode não é farto
Aconteceu-me o mesmo a mim
Parecem sobrancelhas de gato

Muito embora de pouco pêlo
Mais parece um ouriço cacheiro
Como amigo, interessa revê-lo
Pois é mais um marinheiro

Gostar das coisas peludas
Exige muitíssimo cuidado
Pois sendo elas barbudas
Arruma-se o pêlo p'ro lado

Havendo falta de cabelo
Nos obriga a sermos carecas
É como faltar a bossa ao camelo
Ou como arado sem aivecas

Temos ainda as perucas
Ou cabeleiras postiças
Mas pouco importam as trufas
Haja saúde nas dobradiças!

Nesta minha onda brejeira
Que até pouco interessa
Não passa duma brincadeira:
Conhecem algum burro careca?

Neste mundo da burricada
Não há burro careca, mas ateu
No meio desta asneirada
O maior burro sou eu!

Já me sinto bastante cansado
Vou procurar meu descanso
Rogo-vos que tenhais cuidado
Dou muitos coices em falso...

Não é preciso chamar-me burro
Eu sei que nesta trapalhada
Embora seja o mais maduro
Tenho companhia na manada

No bater dos cascos a trote
Deste conjunto aberrante
Alguns correm a galope
À procura do comandante

E,chegando ao fim da meta
Quase a cheirar a esturro
Alguém indique com uma seta
Se conhece algum comandante burro!

Animais que trabalham no duro
Sempre com pouco desembaraço
Não ia deixar nenhum burro
Sem lhe mandar um abraço!

Com as sinceras desculpas
do,Verde

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