Quando penso que imaginam que pertenço,
A esse bando imenso e desabusado,
De gente contaminada por um obscurantismo imenso
Que pensa que nada do que eu penso
Tem senso, e que tudo o que penso é sempre errado.
Oprimido e indefenso fico ofenso,
Mas quando repenso, venço esta opressão.
Embora guarde no meu rosto húmido e tenso,
A irónica magia do meu amarrotado lenço,
Afagando-me em ascenso, e a dizer-me, não.
Não, não aceito nenhum consenso,
Não sou propenso ao indecente,
E por isso cada vez mais me convenço,
Que seria um perfeito contra-senso,
Dar o meu assenso a essa gente.
Mas, mesmo se deles me diferenço,
Forçam-me a viver no mundo infenso daqueles,
Que à força me ferem e me fazem o penso,
Para que eu pense que pertenço,
Ao pretenso mundo deles.
Mas quando sentem que por desprezo os dispenso,
Tremem, e eu sinto que sentem um medo intenso.
É que eles sabem que quando penso,
O meu poder se torna imenso,
E que por conseguinte, que os venço.
Quando penso,
Tudo venço
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